Liberdade outra vez…e sempre…

Soltei os cabelos e sorri. Sentei em uma pedra que aquecia minhas carnes e pensei: estou livre…totalmente livre…é verdade, depois de anos me sentia tão protegida, tão reconfortada por sentir meu coração encoberto de desejos novos, alegrias sutis e os olhos choraram mesmo que eu não percebesse. Era o fim de um estágio longo de minha vida, sentia algo tão grandioso que não sabia explicar, e, é verdade, a felicidade dói, e como dói, mas depois da conquista ela encharca a alma de novos rumos e eu, naquele lugar sentada e olhando o azul e o verde como eles são e não mais como sugeria a minha tristeza, enfim, me libertei, sonhei de novo e fiz planos.

Talvez você pense que um amor não possa ser esquecido, mas pode, sim…ele vai e vem como qualquer coisa na vida e precisa acreditar que é capaz de começar de novo em liberdade.

Uma situação como a morte de alguém querido é como deixar um grande amor de lado ou para trás. Aquele luto vem com força: primeiro a tristeza depois a raiva e o desespero, por favor, esse último não precisa sentir, porque o que tem a fazer é investir na esperança.

Sei que lendo esse texto você pode estar em lágrimas e não acreditando que um dia vai sentar em uma pedra quente e sorrir para o universo. Mas tenha fé e força, seja firme e disciplinada, porque de tanto ir à guerra, vai conseguir ser uma excelente lutadora, vencedora e especial, mais uma vez.

Começar de novo e em liberdade é difícil, escorregões à vista, claro, mas é preciso ver de baixo e de cima, os horizontes são amplos e para decidir é necessário ver por todos os ângulos, portanto, não fique se sentindo tão mal assim porque está do lado abaixo das possibilidades, pelo contrário e lembre-se: as maiores riquezas sempre são encontradas nas profundezas. A liberdade também, o amor novo, a vida renovada.

Amor antigo não é o único, é um amor de aprendizado e que faz o coração ser mais fortalecido e fenomenal. Pare de se questionar tanto e viva cada minuto e não queira explorar o ódio, a raiva, porque aquele estágio do desespero é de partir o peito e deixar escapar sentimentos nobres que precisam ser preservados.

Talvez você esteja sofrendo e imaginando que as saídas se fecharam, não pense assim, porque se acreditar que em cada passo existe um novo momento vai sentir o vento das brisas da liberdade.

Levantei-me e enxuguei as lágrimas doces da felicidade. Gritei, ah, eu gritei. Senti minha pele se arrepiar, reflexo das que protegem meus órgãos que se ressentiam há anos porque não os deixava viver.

Voltei para casa com aquele ar de novas eras, das descobertas, do mundo novo que eu tinha o dever de construir. Eu nasci, eu cresci, eu vivi e vivo e jamais teria o direito de morrer por algo que não significa o ar que respiro, nem o alimento, e, muito menos a dignidade da qual sou feita.

Começar de novo tem o jeito das delicias, dos suspiros cor de rosa, dos aromas dos jardins do éden e aquelas labaredas do inferno que me queimavam sem piedade, elas se foram para sempre….

Recadinho: esse é um texto para as mulheres que ainda querem acreditar que não conseguem esquecer um amor que faz tão mal às suas vidas. Não assine embaixo desse decreto, querida, porque ninguém morre de amor.

Créditos : Beth Valentim